Quantas vezes você já disse: “Chega! Não aguento mais!” e, mesmo assim, continuou na mesma situação?

Quantas vezes você já disse: “Chega! Não aguento mais!” e, mesmo assim, continuou na mesma situação?

Seja em um relacionamento, no trabalho ou em amizades, muitas vezes esse “cheguei no limite” é uma ilusão. O limite, ao contrário do que pensamos, é flexível, não é uma barreira sólida. Ele vai se esticando.

Isso acontece porque não deixamos claro, nem para nós mesmos, até onde esse limite realmente vai. É importante lembrar que não existe um padrão certo ou errado para estabelecer esses limites, pois eles são completamente pessoais. O que você precisa é entender até onde pode ir em cada relacionamento – seja com seu chefe, família, amigos ou parceiro(a).

Os limites estão intimamente ligados ao seu posicionamento. É sua responsabilidade mostrar ao outro até onde ele pode ir. Ninguém pode adivinhar o que você deseja, sente ou espera. Se você não expressa seus limites, eles acabam sendo ultrapassados, muitas vezes porque você não os definiu ou comunicou de forma clara.

Às vezes, nos doamos demais para os outros e, nesse processo, precisamos refletir até que ponto estamos realmente ajudando e quando isso começa a nos prejudicar. Isso acontece, muitas vezes, por medo: medo de dizer “não”, de perder a admiração das pessoas ou parecer injusta. Mas é essencial aprender a estabelecer esses limites, mesmo que no início seja difícil, pois isso traz benefícios como o aumento da autoestima, a valorização da própria voz e o controle sobre a própria vida.

Impor limites não é sinônimo de egoísmo ou agressividade, é sobre priorizar suas próprias necessidades e respeitar o seu jeito de ser. Um exemplo simples é em um relacionamento: se seu parceiro gosta de samba e você prefere rock, é possível encontrar um meio-termo, como ir a um show de samba com ele e, em outro momento, ele te acompanhar em um evento de rock. Isso não é egoísmo, mas sim um equilíbrio, onde ambos cedem e ganham algo em troca.

Acordos claros são essenciais em qualquer tipo de relação. Quando você define seus limites e os comunica, evita mal-entendidos. Relacionamentos com familiares também podem exigir esses acordos. Muitas vezes, toleramos mais do que deveríamos, acreditando que, por serem família, devemos aceitar tudo. Mas estabelecer limites com clareza e respeito é crucial.

Resumindo:

  • Antes de comunicar seus limites ao outro, tenha clareza sobre eles.
  • Se você não deixa seus limites claros, eles acabam sendo esticados.
  • Questione-se: “Por que permito que as pessoas ultrapassem meus limites? Qual medo me impede de me posicionar?”
  • Entender as marcas que a vida deixou em você é fundamental para lidar com seus limites.
  • Aprender a dizer “não” é um processo que, com o tempo, fica mais fácil.

Nós ensinamos as pessoas a forma como queremos ser tratados.